terça-feira, 2 de abril de 2013

Seca diminui a produção de leite em 43% no Rio Grande do Norte



As famílias do estado que dependem da ajuda nutricional do Governo através do Programa do Leite passam por serias dificuldade e estão sendo prejudicadas pela diminuição da produção do laticínio devido aos problemas da seca que atinge o Nordeste.

Entre os meses de dezembro de 2012 a fevereiro de 2013 o laticínio sofreu uma queda na oferta de 43,8%, segundo dados do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RN), em relação ao volume inicialmente contratado que era de 155 mil litros de leite.

Em dezembro do ano passado, o Governo distribuiu 105 mil litros por dia. Em janeiro deste ano, a entrega caiu para 102 litros por dia e, em fevereiro, para 87,9 mil litros por dia. E agora no mês de março a previsão é que tenha sido menor ainda.

Segundo dados do Sindicato dos Produtores de Laticínios (Sinproleite/ RN) a queda na produção do mês de março é a maior registrada, entregando somente 38,70% do montante acordado com o governo que corresponde á distribuição de 60 mil litros de leite diariamente.

Alguns produtores não conseguem resistir às dificuldades da seca e reclamam da falta de subsídios por parte do governo para a produção que ainda existe e destacam que estão afogados em dívidas contraídas para o financiamento da produção de leite no estado.

Na tentativa de se manter durante a estiagem muitos produtores vendem seus animais para quitar dívidas que não são supridas devido aos baixos valores pagos pelo governo pelo litro do produto. Fato que reflete diretamente nas famílias atendidas pelo programa.

De acordo com o Sinproleite não há dados que confirmem o número de pessoas que estão sendo afetadas pela diminuição do leite, mas acredita que menos da metade do leite que foi contratado pelo governo esta sendo entregue atualmente.

Hoje, é produzido algo em torno de 60 mil litros de leite para o Programa. O dado é confirmado pelo atual presidente do Sinproleite, Francisco Belarmino. “Não tenho um número exato. A gente estima que estão sendo entregues entre 35% e 45% do contratado”.

O percentual restante, ainda de acordo com Belarmino, não é reposto, pois os rebanhos que duelam com a falta d’água e comida estão sendo comercializados.

Até julho do ano passado 145 mil famílias eram atendidas pelo Programa do Leite em todo o estado.
Sindileite

O presidente do Sindileite Marcelo Passos declarou que o Programa do Leite está “capenga”. “Hoje, produzir leite é inviável”, disse quando analisou o valor pelo Governo do Estado por cada litro produzido. Ele destacou que os custos da produção são muito altos e em cidades como Lagoa Nova, na região Seridó, não há mais vacas leiteiras. “Se não chover nos próximos dias, iremos perder mais rebanho”, disse Marcelo Passos.

Fonte: Jornal de Fato

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