quinta-feira, 30 de maio de 2013

Promotor argentino denuncia rede de terrorismo do Irã na América Latina

Da Agência Brasil

Buenos Aires – Um relatório de 500 páginas, acusando o regime iraniano de se infiltrar na América Latina para promover ações terroristas, entre elas o atentado à bomba de 1994, que destruiu a associação judaica Amia, em Buenos Aires, matando 85 pessoas, foi divulgado hoje (29) pelo promotor argentino Alberto Nisman.

Atentado contra a associação judia Amia em Buenos Aires deixou 85 mortos - Foto: Reuters
Em entrevista à imprensa, Nisman disse que enviou os resultados de suas investigações ao Brasil e aos países da região, onde teriam sido instaladas bases clandestinas de espionagem: Paraguai, Uruguai, Chile, Colômbia, Guiana, Trinidad e Tobago e Suriname.

No relatório, o promotor explicou que tem novas provas de que o regime islâmico iraniano patrocinou o atentado à Amia e que a agressão não deveria ser vista como um fato isolado porque aconteceu “enquanto a América Latina estava sendo fortemente e agressivamente infiltrada por pessoas ligadas ao Irã”.
 
Nisman é o responsável pelas investigações do ataque terrorista à Amia, que aconteceu dois anos após a explosão de um carro bomba na embaixada argentina em Buenos Aires, causando a morte de 29 pessoas.

Não é a primeira vez que a Argentina acusa o Irã de financiar o grupo fundamentalista Hezbollah, pela destruição da Amia. A pedido do governo argentino, a Interpol emitiu alerta vermelha para vários altos funcionários do regime iraniano, incluindo o ministro da Defesa, Ahmed Vahidi.

O governo iraniano sempre negou qualquer envolvimento no atentado e se recusou a cooperar com a Justiça argentina até o final do ano passado, quando propôs à presidenta Cristina Kirchner uma saída para o impasse.

Os dois países concordaram em criar uma espécie de comissão da verdade para ajudar nas investigações. O governo iraniano, desde que os suspeitos concordassem, permitiria que eles fossem ouvidos, em Teerã, pelos investigadores argentinos. O acordo, assinado em janeiro passado, foi criticado pelas organizações judaicas e pela oposição, que consideram o Irã “pouco confiável”.

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