O Laboratório de Sismologia (LabSis) da UFRN confirmou seis tremores de
terra na manhã desta sexta-feira. Segundo o Laboratório, a o epicentro
do tremor foi
no município de Pedra Preta, a 149 quilômetros de Natal. De acordo com
Joaquim Ferreira, coordenador do laboratório, o primeiro registro foi às
8h10, com intensidade de 3.7 na Escala Richter, o segundo às 8h12 com
3.3 graus e os outros, que se seguiram até às 8h42, foram abaixo de 2.5
graus na escala Richter.
A atividade sísmica em Pedra Preta vem ocorrendo desde dezembro de
2010 e, de vez em quando, ela é sentida pela população, como ocorreu no
dia de ontem. Segundo Thiago Peixoto, controlador-adjunto da prefeitura
de Pedra Preta, na manhã de hoje foram sentidos dois tremores, um mais
forte e outro um pouco mais fraco. "Os moradores sentem os móveis e
louças tremerem dentro de casa", relatou.
|
Epicentro do tremor foi localizado na região entre Pedra Preta e Jandaíra |
Por volta das 8h20 de hoje (25) vários natalenses relataram, através das
redes sociais, que sentiram o tremor. As postagens na internet apontam
para o registro em diversos bairros da capital, especialmente na zona
sul, de onde vem a maioria dos relatos. Um dos últimos registros de
tremor de terra percebido por moradores em Natal ocorreu no dia 11 de
janeiro de 2010.
Moradores dos bairros de Lagoa Nova, Barro
Vermelho e Ponta Negra afirmam ter sentido o tremor. A jornalista
Juliska Azevedo e o deputado Fernando Mineiro, também publicaram nas
redes sociais. O coordenador do Laboratório Sismológico (LabSis) da
UFRN, Joaquim Mendes Ferreira, disse que não pôde estar no laboratório
hoje pela manhã e por isso não poderia confirmar a informação.
Os abalos sísmicos são constantes e captados pelas estações de
monitoramento do laboratório da UFRN, que ainda não confirmou o
registro. Há constantes registros de tremores que abrangem a cadeia
(cordilheira ou dorsal) meso-oceânica.
|
Tremores dos últimos anos deixaram rachaduras em residências de Pedra Preta - Foto: Cedida Pedra Petra em Ação |
Escala Mercalli
A escala Richter não permite
avaliar a intensidade sísmica em um local determinado e em particular em zonas
urbanas. Para tal, utilizam-se escalas de intensidade, tais como a escala de
Mercalli, criada em 1902 pelo sismólogo italiano Giusseppe Mercalli.
Essa escala, ao contrário da
escala Richter não se baseia em registros sismográficos e sim nos efeitos ou
danos produzidos nas estruturas e percebido pelas pessoas nas imediações do
abalo. Para um mesmo sismo, a intensidade pode ser diferente em diversas
localidades reportadas.
A escala Mercalli tem uma
importância apenas qualitativa e não deve ser interpretada em termos absolutos,
uma vez que depende de observação humana. Por exemplo, um sismo com 8 na escala
Richter num deserto inabitado é classificado como 1 na escala Mercalli,
enquanto que um sismo de menor magnitude sísmica, por exemplo 5, numa zona onde
as construções são débeis e pouco preparadas para resistir a terremotos pode
causar efeitos devastadores e ser classificado com intensidade IX.
Efeitos percebidos na Escala Mercalli
1- Nenhum movimento é percebido
2 - Algumas pessoas podem sentir o movimento se elas estão em repouso e/ou em andares elevados de edifícios
3-
Diversas pessoas sentem um movimento leve no interior de prédios. Os
objetos suspensos se mexem. No exterior, no entanto, nada se sente
4
- No interior de prédios, a maior parte das pessoas sentem o movimento.
Os objetos suspensos se mexem, e também as janelas, pratos, armação de
portas
5 - A maior parte das pessoas sente o movimento. As pessoas
adormecidas se acordam. As portas fazem barulho, os pratos se quebram,
os quadros se mexem, os objetos pequenos se deslocam, as árvores
oscilam, os líquidos podem transbordar de recipientes abertos
6 -
Todo mundo sente o terremoto. As pessoas caminham com dificuldade, os
objetos e quadros caem, o revestimento dos muros pode rachar, árvores e
os arbustos são sacudidos. Danos leves podem acontecer em imóveis mal
construídos, mas nenhum dano estrutural
7 - As pessoas têm
dificuldade de se manter em pé, os condutores sentem seus carros
sacudirem, alguns prédios podem desmoronar. Tijolos podem se desprender
dos imóveis. Os danos são moderados em prédios bem construídos, mas
podem ser importantes no resto
8 - Os condutores têm dificuldade em
dirigir, casas com fundações fracas tremem, grandes estruturas, como
chaminés e prédios podem se torcer e quebrar. Prédios bem construídos
sofrem danos leves, contrariamente aos outros, que sofrem severos danos.
Os galhos das árvores se quebram, colinas podem ter fissuras se a terra
está úmida e o nível d’água nos poços artesianos pode se modificar
9
- Todos os prédios sofrem grandes danos. As casas sem alicerces se
deslocam. Algumas canalizações subterrâneas se quebram, a terra se
fissura
10 - A maior parte dos prédios e suas fundações são
destruídos, assim como algumas pontes. As barragens são
significativamente danificadas. A água é desviada de seu leito, largas
fissuras aparecem no solo, os trilhos das ferrovias entortam
11- Grande parte das construções desabam, as pontes e as canalizações subterrâneas são destruídas
12 - Quase tudo é destruído. O solo ondula. Rochas podem se deslocar
Atualizada às 10h15
Fonte: Tribuna do Norte