Pelo menos seis pessoas morreram no desabamento de um prédio ocorrido
na manhã desta terça-feira (27) na região de São Mateus, na Zona Leste
de São Paulo.
A informação foi confirmada às 11h pelo Corpo de Bombeiros. O
desabamento total do prédio de dois pavimentos ocorreu por volta das
8h30, na Avenida Mateo Bei, próximo à Avenida Maria Cursi. A estimativa é
que pelo menos 25 operários trabalhavam na obra de construção de uma
loja da rede Torra Torra no momento do acidente. Segundo a Subprefeitura
de São Mateus, antes do início da obra, um posto de gasolina funcionava
no local.
Até as 11h, pelo menos 20 pessoas haviam sido socorridas - a maior
parte delas com ferimentos de intensidade leve e moderada -, segundo a
GloboNews. Uma das vítimas, em estado grave, foi levada para o Hospital
das Clínicas. No horário, os bombeiros ainda procuravam por outras
vítimas sob os escombros - esse número pode chegar a dez. Uma vítima
soterrada mantinha contato com os bombeiros por celular no horário. Ela
relatava dor - as pernas ficaram presas nos escombros.
Em nota, o Magazine Torra Torra informou que o imóvel não era de
propriedade da rede. Segundo a empresa, havia um contrato de locação do
prédio e a rede só assumiria o imóvel finalizadas as obras estruturais
pelo proprietário - o nome dele não foi informado.
"O Magazine Torra Torra não tem nenhuma responsabilidade sobre a parte
de engenharia civil. No momento, uma empresa de engenharia contratada
pelo Magazine Torra Torra realizava uma avaliação sobre as condições de
uso do prédio. Caso esse laudo técnico fosse positivo, atestando a
segurança estrutural, a rede então faria o acabamento para abrigar mais
uma unidade. Ressalte-se que o Torra Torra somente entraria com a loja
no local, com esse aval técnico. Este é um cuidado que o Magazine Torra
Torra toma em todas as lojas da rede, devidamente avaliadas quanto à
segurança estrutural, de acordo com engenheiros, para receber nossos
empreendimentos", informa o texto.
Casas e pelo menos três carros que estavam nas ruas em volta do prédio
foram atingidos pelo concreto que cedeu. No horário, 23 carros dos
bombeiros, 69 homens, dois helicópteros e dois cães de salvamento
trabalhavam no resgate das vítimas.
Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a Avenida Mateo Bei
estava interditada em ambos os sentidos na altura do número 2.221,
desde as 9h15. A CET recomenda aos motoristas que evitem trafegar pela
região.
De acordo com Palumbo, a obra começou há três meses - a laje tem cerca
de 400 metros quadrados. "Há indícios de que alguma coisa não andou
bem”, disse Palumbo em entrevista à GloboNews. Segundo ele, houve um
“colapso estrutural de uma laje”, abalando a estrutura do prédio.
"Agora é um trabalho demorado, de muita cautela, porque, para fazer a
retirada das vítimas que estão debaixo dos escombros, a gente precisa de
muita técnica e muita paciência", explicou o capitão. Ele considera o
trabalho "bem crítico".
Os bombeiros orientam os familiares de operários da obra que se dirijam
ao centro de operação montado no local para obter informações oficiais
sobre as vítimas resgatadas no acidente.
A obra deverá passar por perícia da Polícia Técnico-Científica para
apurar as causas do desabamento. A Polícia Militar informou que nenhuma
das vítimas resgatadas relatou ter ouvido uma explosão ou cheiro de gás
natural. Elas afirmam que houve um colapso estrutural.
Por volta das 10h, a Defesa Civil já havia iniciado o isolamento da
área no entorno do desabamento paraa avaliação de danos causados a
imóveis vizinhos. Quatro famílias tiveram de deixar suas casas para o
trabalho de vistoria dos agentes.
Equipes da Congás, da Eletropaulo e da Sabesp davam suporte a toda a operação no local do acidente.
Ônibus e desvios
Na área interditada circulam 22 linhas de ônibus e duas de trólebus,
segundo a São Paulo Transporte (SPTrans). Os coletivos realizam desvios
por vias próximas para atender os usuários. O trajeto realizado pelo
trólebus, que não podem ser desviados, era feito por ônibus
convencionais por volta das 9h30.
Os veículos que trafegam pela Avenida Mateo Bei, sentido Centro, são
desviados pela Avenida Maria Corisa, Rua Ângelo de Candia e Rua Paulínio
Corsi. No sentido bairro, o desvio é feito pela Rua Paulínio Corsi, Rua
João Gouveia Francisco, Avenida Maria Corsi, regressando à Avenida
Mateo Bei.
Fonte: G1