Gêmeas siamesas Ana Clara e Any Vitória
nascidas em Natal fizeram nesta quarta-feira o teste do pezinho, o exame
do olhinho e da orelhinha com vistas a uma futura cirurgia de separação
do osso do cóccix a que estão ligadas. Os médicos estão analisando a
possibilidade de cirurgia, o que poderá acontecer apenas daqui a nove
meses. Enquanto isso, a mãe Elsivânia Katia, de 27 anos, e o pai
Gutemberg Matias Alves, 26, que residem no município de Alto do
Rodrigues, estão se adaptando à nova vida que agora exige muito mais
cuidados com as bebês. O médico descarta a possibilidade de uma cirurgia
de separação agora. O procedimento deverá acontecer lá pelo 8º ou 9º
mês. “A fase agora não é operar as crianças. Elas precisam crescer e
ficar fortes porque quando se corta osso sangra-se muito e seria
difícil suportar uma cirurgia dessas”. Queremos fazer o estudo
completo das crianças e encaminhar para outro estado porque, no Rio
Grande do Norte, não há hospitais com estrutura para isso. O ideal seria
um ambiente universitário onde poderá utilizar um time de
especialistas. Elas nasceram em Natal, no Hospital Antônio Prudente e
foram identificadas como gêmeos pigópagos. “Já na gestação, o nosso
cuidado foi planejar o que fazer quando as crianças nascerem. Na
ressonância da mãe grávida pudemos observar que as crianças não eram
unidas apenas pela barriga, mas tinham um sistema nervoso central onde
existem a medula espinhal e os nervos que vão para as pernas. A maior
dificuldade é porque as gêmeas compartilham do mesmo ânus”, disse
Ângelo Raimundo. O médico diz que ainda não tinha visto casos de
pigópagos com o sistema nervoso unido. O cirurgião deverá escolher qual
nervo ficará com qual criança o que poderá resultar em debilidade de
algum membro. Como o ânus é único, uma criança poderá ficar com uma
colostomia. “Elas podem até viver juntas para o resto da vida, mas o ideal é que realmente seja feita a separação”, complementa ele.
Fonte:dnonline
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