Em um avanço que provavelmente reavivará um debate ético que vem
ocorrendo há bastante tempo, geneticistas estão planejando discretamente o
estudo do DNA de Adam Lanza, de 20 anos, que matou 20 crianças e sete adultos
em Newtown, Connecticut. Seu trabalho será uma tentativa de descobrir pistas
biológicas para a violência extrema.
Os pesquisadores confirmaram seus planos a uma porta-voz, na
Universidade de Connecticut, mas se negaram a fornecer detalhes. Contudo,
outros especialistas ponderaram que os geneticistas talvez procurem por
mutações que podem estar associadas a doenças mentais e outras que talvez
também possam aumentar o risco de violência.
Eles talvez analisem todos os genes de Lanza em busca de
características incomuns, como duplicações, deleções ou mutações inesperadas
dos genes, ou determinem seu genoma completo – os genes e regiões vastas de DNA
que não são genes – em uma procura abrangente por anormalidades que possam
determinar quais genes estão ativos e seu grau de atividade.
Contudo, não importa o que eles façam, ao que tudo indica essa
será a primeira vez que uma equipe de pesquisadores tenta estudar em detalhes o
DNA de executores de chacinas.
Alguns pesquisadores, como o Dr. Arthur Beaudet, professor da
Faculdade de Medicina Baylor e presidente do departamento de genética molecular
e humana da faculdade, aplaudem a tentativa. Ele acredita que atos realizados
por pessoas como Lanza e outros atiradores envolvidos nas ações agressivas de
alguns anos atrás – como os ocorridos na escola de ensino médio Columbine; em
Aurora, no Colorado; na Noruega; em Tucson, no Arizona e na Universidade
Virginia Tech – estão tão distantes da expectativa de um comportamento normal
que só podem ser causadas por alterações genéticas. "Não podemos nos permitir deixar de realizar essa
pesquisa", afirma Beaudet.
Outros cientistas não estão tão certos quanto a isso. Eles estão
preocupados com o fato de que essa pesquisa talvez estigmatize pessoas que
nunca cometeram crimes, embora possuam as anormalidades genéticas encontradas
nos executores de massacres.
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