Enerland - The Power of Fun (Terra da Energia – O Poder da Diversão) esse é o nome dado ao primeiro parque temático de energias renováveis do mundo aqui no RN
Andrielle Mendes - Repórter (Tribuna do Norte)
O consórcio formado por empresas espanholas, alemãs, árabes e
brasileiras, representado pela espanhola Alondra, confirmou ontem que
pretende dar entrada nas licenças ambientais do primeiro parque temático
de energias renováveis do mundo – projetado para o Rio Grande do Norte –
ainda este ano. O projeto executivo deve ser finalizado até dezembro. O
local – que segundo divulgou a Folha de São Paulo seria a cidade de
Touros – ainda não foi escolhido. Três terrenos estariam no radar do
consórcio.
As áreas já estão sendo mapeadas para facilitar a escolha, mas as localizações não foram divulgadas “para evitar especulação”. A informação foi repassada à TRIBUNA DO NORTE pelo CEO (espécie de diretor executivo) no Brasil do parque Enerland – como foi batizado o projeto – Rodrigo Silva. Ele se reunirá com o governo do estado na próxima semana.
O projeto, que começou a ser elaborado há quatro anos e já foi
apresentado ao governo do estado (na semana passada), ao Ministério do
Turismo, ao da Integração e ao de Minas e Energia, está orçado em 3
bilhões de euros (cerca de 7,7 bilhões de reais). Ele contempla cinco
parques temáticos, um centro comercial, 15 montanhas russas e sete
resorts com capacidade para 35 mil pessoas. O complexo também funcionará
como laboratório para novas tecnologias em energias renováveis.
O consórcio espera inaugurar a primeira parte do empreendimento – o
equivalente a 40% do projeto – antes da Copa de 2014. Setenta por cento
do projeto deve ser concluído até as Olimpíadas de 2016. Segundo
previsão do consórcio, o empreendimento estará pronto em 2019, quando
poderá receber até 12 milhões de pessoas por ano, mais do que o dobro do
que o Brasil recebe (cerca de 5 milhões). Os estrangeiros serão o
público alvo. O parque – que seguirá os moldes da Disney e também terá
atrações norte-americanas e espanholas – será autossustentável. “Será
uma cidade inteligente totalmente controlada por sistemas automatizados e
sustentável no que se refere a água, ar, solo e energia, sendo esta
última 100% produzida através de energias renováveis instaladas no
próprio parque: energia eólica, solar, biomassa, biogás, hidráulica,
geotérmica, térmica, entre outras”, esclareceu por e-mail o diretor
geral da Alondra, Manuel Rojas Saume.
Embora a Europa, continente de origem de algumas das empresas
integrantes do consórcio, enfrente uma das crises econômicas mais
severas dos últimos anos, Rodrigo Silva, CEO do parque no Brasil,
acredita que recursos não serão problema.
A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), segundo
informou Adonis Oliveira, coordenador geral de Estudos e Pesquisas de
Desenvolvimento do órgão, poderá financiar entre 20% e 30% do projeto.
“Porque nem tudo o que está previsto no projeto, como os parques
eólicos, pode ser financiado pela Sudene”, esclareceu. O restante poderá
ser financiado por bancos como o BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento) ou fundos de investimentos nacionais e estrangeiros. O
próprio consórcio colocará dinheiro do próprio bolso no empreendimento.
Só na primeira fase – que inclui elaboração de estudos e projetos e
instalação da filial no Rio Grande do Norte – consumirá cerca de 300
milhões de reais. A execução do projeto será acompanhada de perto pelos
secretários de Desenvolvimento Econômico, Benito Gama; do Turismo,
Renato Fernandes; do Planejamento, Obery Rodrigues; e do Meio Ambiente e
Recursos Hídricos, Gilberto Jales, informou a governadora Rosalba
Ciarlini, que vê o parque temático como impulsionador do turismo local.
Além da vocação do estado para o turismo e para a geração de energia
limpa, fatores como a localização do estado, a economia pujante – apesar
da desaceleração – e participação crescente das fontes de energia
renovável na matriz de energia pesaram na escolha do Brasil.
Segundo a Sudene, a Alondra, empresa espanhola responsável pelo
projeto, é uma empresa sólida com projetos inclusive no Brasil, na área
de infraestrutura. A empresa foi responsável, segundo o órgão, pela
construção de estradas no Estado de Rondônia.
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