José de Paiva Rebouças
Da Redação
Da Redação
A seca de 2012 será uma das piores das últimas décadas. No Rio Grande do Norte, o número de municípios que decretaram estado de emergência é o maior dos últimos cinco anos e 30% superiores aos de 2011. Enquanto no ano passado 107 Prefeituras enviaram relatórios de perda ao Governo Federal, neste ano 139 já anunciaram emergência por causa da seca, o que significa que não haverá qualquer safra.
Nos
últimos anos, o Estado viveu momentos extremos. Enquanto em 2008 e 2009
os decretos de emergência eram por causa da chuva que alagou e destruiu
plantações e casas em dezenas de cidades, em 2010, 2011 e 2012 os
problemas foram perda de safra e ausência total de produção.
Os governos estadual e federal já reconheceram que o momento é
crítico, tanto que a Defesa Civil nacional vai implementar o escritório
de combate à seca nos Estados nordestinos. No RN, o trabalho começa a
ser feito hoje, com a visita da comitiva à microrregião de Mossoró. O
comando dessa missão será do major Michelsen de Faria e José Araújo, da
Secretaria Nacional de Defesa Civil, que seguem acompanhados dos membros
do Grupo de Apoio a Desastres (GADE).
De acordo com Michelsen de Faria, o objetivo dessa visita é
verificar, por amostragem, a situação nos municípios, bem como apoiar no
que for necessário, inclusive nas orientações quanto aos procedimentos
da situação de emergência. “Vamos analisar as demandas, ver o que está
acontecendo, o que o Estado e as Prefeituras estão fazendo e como o
Governo Federal poderá contribuir para amenizar os prejuízos da seca”,
disse o major.
Michelsen de Faria explica que Mossoró será o primeiro município
visitado, mas que a pesquisa percorrerá os 139 municípios que decretaram
emergência. Contudo, o major não sabe dizer quanto tempo vai demorar
para chegar a resposta. Além disso, disse que nem todos os pedidos de
ajuda podem ser atendidos. “A decretação de emergência não obriga o
reconhecimento. É preciso que os municípios cumpram uma série de
exigências”, diz.
SITUAÇÃO CRÍTICA
Enquanto os relatórios não são entregues e os recursos não chegam, milhares de famílias do semiárido sofrem com a seca. Sem chuva há quase dez meses, açudes e cacimbões estão secando e os rebanhos começaram a morrer.
Sem safra, a fome começa a rondar também as famílias mais carentes. Os homens estão procurando emprego nas cidades promovendo o retorno de um fenômeno antigo: o êxodo rural.
Fonte:CG News
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